Sábado, depois das 23h, uma banda tocando e uma clima tenso misturado com toda aquela neblina... pessoas foram chegando e um primeiro olhar caiu sobre mim, olhar que me fitou de cima a baixo com desprezo.
Depois, um certo abraço [aquele mesmo, quentinho de moletom que um dia significou muito] chegou, e nesse momento, foi no que me prendi pra revidar um beijo dado com provocação e extinguir ilusoriamente uma mágoa persistente.
Algum tempo depois já rolavam bebidas e entorpecentes ao redor, até que um outro olhar e uma nova proposta (ambos com o mesmo tom de malícia) chegaram à mim... E sob todas as influências sujas e todo o tédio que me mantinha em estador de torpor, lá vou eu, de mãos dadas entre carros e rostos desconhecidos... talvez tenha sido algo bom, ou não, talvez seja algo pra decidir mais tarde.
Com a voz fraca, mãos frias e os ouvidos cansados de cover dos Beatles, pego o celular e pela 1º vez no dia algo faz sentido:
- Mãe, vem me buscar...
No carro amassado, nas ruas silenciosas, no conforto de sorrisos amigos, e no felpudo da coberta, consegui entrar em sintonia comigo mesma, deixando a mente limpa pra me livrar de todo peso do dia que sobrecarregava a minha existência.
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